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CLORETO DE MAGNÉSIO TRANSDÉRMICO

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CLORETO DE MAGNÉSIO TRANSDÉRMICO

CLORETO DE MAGNÉSIO TRANSDÉRMICO (“ÓLEO DE MAGNÉSIO”)

Uma possível nova via de administração de magnésio: revisão, evidências e potenciais benefícios

Anderson de Oliveira Ferreira MSC., PhD (cand.)

Introdução

O magnésio (Mg) é um mineral alcalino terroso com peso molecular de 24,31 daltons e existe sob condições fisiológicas no estado divalente (Mg+2). É essencial na nutrição humana, apresentando inúmeras funções biológicas. O conteúdo total de magnésio no corpo humano adulto corresponde aproximadamente a 25g. Dessa quantidade total de magnésio corpóreo, cerca de 50 a 60% está presente nos ossos. No meio intracelular o íon magnésio (Mg+2) é o segundo cátion mais abundante, sendo o íon potássio (K+) aquele presente em maior concentração (HENDLER; RORVIK, 2008). O magnésio apresenta um papel importante na transmissão neuromuscular e está envolvido na ativação de mais de 300 enzimas participantes em diversas reações no organismo. O magnésio é necessário para geração de energia no organismo, participa na síntese de adenosina trifosfato ou ATP, síntese proteica, degradação do glicogênio, oxidação de ácidos graxos e na manutenção da estabilidade das membranas dos sistemas cardiovascular, neuromuscular, neuroendócrino e imune (EBEL; GUNTHER, 1980; FORD, 1999; FARYADI, 2012). Pesquisas indicam que o magnésio auxilia na regulação da glicemia e da pressão sanguínea (SALES et al., 2011; FARYADI, 2012; CHAN et al., 2016). O magnésio desempenha um papel multifuncional no metabolismo celular e possui um papel crítico na divisão celular, bem como na regulação do movimento de potássio nas células miocárdicas e também atuando como um bloqueador dos canais de cálcio (WATKINS; JOSLING, 2010). O magnésio está interligado biologicamente ao cálcio. Em algumas reações, como na síntese de ácidos nucleicos e proteínas, cálcio e magnésio são antagonísticos. O magnésio é necessário a esses processos, enquanto o cálcio pode inibi-los. Todavia, magnésio e cálcio cooperam sinergicamente na produção de ATP (HENDLER; RORVIK, 2008).

Por seu papel central na função celular e participação como cofator em diversos mecanismos bioquímicos, o magnésio constitui-se um dos minerais cruciais para uma vida saudável. A despeito de sua grande importância, a dieta humana na atualidade geralmente não tem provido quantidade adequada de magnésio. O consumo de magnésio na alimentação dos brasileiros varia de 122 a 313mg/dia, valores considerados baixos (FAVARO, 1997).

Estados e sintomas da deficiência de magnésio

A deficiência de magnésio é uma condição clínica séria na qual a quantidade de magnésio no organismo é insuficiente ao necessário à função fisiológica apropriada em vários órgãos. A deficiência desse mineral essencial pode ser ocasionada por múltiplos fatores, incluindo lesão tubular renal aguda, diabetes, uso de cafeína, abuso de álcool, uso de cocaína, síndrome de má absorção, síndrome do intestino curto, pancreatite, diarreia, uso de laxantes, depleção de fósforo (encontrada em distúrbios alimentares), nutrição parenteral, hipertiroidismo, infarto agudo do miocárdio, cirurgias cardíacas de bypass, grandes traumas, queimaduras e AIDS (DACEY, 2001; THOME RESEARCH, 2002).

Os sintomas e sinais da deficiência de magnésio incluem anorexia, náusea e vômito, diarreia, espasticidade muscular generalizada, parestesias, confusão, perda de coordenação, convulsão focal ou generalizada, arritmias cardíacas, anormalidades laboratoriais (ex. hipocalemia, hipocalcemia), alterações em eletrocardiogramas, câimbras musculares, hipertensão, broncoespasmos, cefaleia, resistência à insulina, vasoespasmos coronariano e cerebral (THOME RESEARCH, 2002; HENDLER; RORVIK, 2008). Mesmo a própria deficiência subclínica de magnésio pode manifestar-se em sintomas como fadiga e fraqueza muscular (DACEY, 2001).

Indicações clínicas

A deficiência de magnésio está associada a patogênese de inúmeros distúrbios sérios, notavelmente na doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca, morte súbita cardíaca, arritmias cardíacas, diabetes mellitus, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, hipertensão entre diversos outros. O tratamento com suplementos de magnésio tem se demonstrado frequente em todas essas condições. Existem também evidências demonstradas em estudos clínicos e epidemiológicos dos benefícios terapêuticos do magnésio em diversas condições clínicas, incluindo asma, doença cardiovascular e cerebrovascular, lesão por isquemia-reperfusão, acidente vascular encefálico, prolapso da válvula mitral, hiperlipidemia, hipertensão, gravidez (eclâmpsia), osteoporose, diabetes e na resistência à insulina, litíase renal, cefaleia e enxaqueca, esforço físico, doença da altitude, alcoolismo, intoxicação química por metais pesados e outras substâncias carcinogênicas, síndrome pré-menstrual e fibromialgia (THOME RESEARCH, 2002; HENDLER; RORVIK, 2008).

Biodisponibilidade oral dos suplementos de magnésio

Após ingestão oral, a absorção primária do magnésio ocorre principalmente na porção terminal do intestino delgado (íleo) e na região do cólon no intestino grosso (COZZOLINO, 2005). A absorção do magnésio em doses fisiológicas pode ser descrita como uma curva difásica. Uma porção linear indica difusão passiva do magnésio através do gradiente de concentração. Contudo, a proporção absorvida diminui com o aumento da quantidade de magnésio ingerida (RANADE; SOMBERG, 2001; COZZOLINO, 2005; HENDLER; RORVIK, 2008). A absorção de magnésio é também minimamente afetada pela ingestão dietética de cálcio, vitamina D e pelo hormônio da paratireóide. Alguns estados de doenças associados com má absorção intestinal, como esteatorreia e cirurgia de bypass intestinal também podem afetar a absorção de magnésio (RANADE; SOMBERG, 2001).

Os dados relacionados aos aspectos biofarmacêuticos e farmacocinéticos dos vários sais de magnésio parecem ser limitados. Alguns estudos têm mostrado variações da absorção oral entre diversos sais de magnésio. De fato, nem todos estudos envolvendo a suplementação oral de magnésio têm demonstrado efeito benéfico e uma das razões poderia ser a diferença na biodisponibilidade entre os diferentes sais de magnésio (RYLANDER, 2014). Alguns sais de magnésio apresentam biodisponibilidade oral extremamente baixa, como os casos do carbonato e óxido magnésio (RANADE; SOMBERG, 2001).

A restauração dos níveis de magnésio intracelular através da administração oral de magnésio pode representar um desafio para alguns indivíduos. Baixa absorção, inconsistência na biodisponibilidade de algumas formas de magnésio e tendência geral para promoção de efeito adverso laxativo permanecem comolimitações na suplementação oral de magnésio. Quando esses pontos são levados em consideração conjuntamente com a imprevisibilidade da habilidade individual para absorção de magnésio oral, os resultados podem eventualmente não serem confiáveis com a suplementação oral (WATKINS; JOSLING, 2010).

Viabilidade da administração transdérmica de magnésio

A viabilidade da administração transdérmica do cloreto de magnésio tem sido investigada através de alguns estudos preliminares (SHEALY, 2008; WATKINS; JOSLING, 2010; ENGEN et al., 2015). O uso tópico de cloreto de magnésio poderia potencialmente contornar inconvenientes comuns que acompanhariam a suplementação oral, evitando a passagem pelo trato gastrintestinal. A aplicação transdérmica de cloreto de magnésio poderia representar uma alternativa sensata, proporcionando uma metodologia simples efetiva, eficiente e de baixo custo para aumentar os níveis celulares de magnésio e ajustar o balanço desse elemento com o cálcio de maneira positiva.

A administração transdérmica de cloreto de magnésio tem sido proposta como uma forma mais recente para restabelecer os níveis celulares de magnésio, visto que cada célula corporal se nutre desse mineral. Adicionalmente, tem sido relatado um potencial efeito no aumento dos níveis naturais de dehidroepiandrosterona (DHEA) com a administração transdérmica de cloreto de magnésio (SHEALY, 2008; WATKINS; JOSLING, 2010).

Impacto do tratamento com magnésio transdérmico nos níveis séricos e na proporção corporal de cálcio e magnésio (WATKINS, JOSLING, 2010)

Um estudo clínico piloto foi conduzido por Watkins e Josling avaliou se a aplicação de uma solução saturada contendo 31% de cloreto de magnésio (“óleo” de magnésio) poderia alterar os níveis plasmáticos de magnésio e as proporções corporais de cálcio e magnésio (Ca:Mg).

O estudo foi realizado durante um período de 12 semanas, envolvendo um total de 9 pacientes (2 homens e 7 mulheres) com idade entre 22 e 69 anos de idade (Idade média=46 anos). Os pacientes foram previamente avaliados através de análise mineral do cabelo por espectrometria de massa por plasma acoplado indutivamente (ICP-MS) para medida do nível celular de magnésio. Testes sanguíneos convencionais para determinar a deficiência de magnésio nos pacientes foram considerados, mas logo rejeitados como método de análise uma vez que determinariam a concentração encontrada no sangue e não o que seria encontrado entre as células do organismo. O sangue e o soro contêm minerais, mas eles podem não ser completamente representativos da reserva mineral do corpo. Do total de magnésio presente no organismo em um tempo determinado, somente 1% é encontrado no sangue. O resto é retido nos ossos, músculos e células teciduais. Já o cabelo é um tecido muito metabolicamente ativo e conforme é formado provê um registro permanente da atividade orgânica que ocorre durante seu período de crescimento. Os primeiros 3 a 4cm próximos ao couro cabeludo podem fornecer uma boa indicação da exposição mineral nutricional ou tóxica durante as seis a oito semanas prévias. Posteriormente à provisão de amostra de cabelo para a análise de conteúdo mineral, cada paciente foi instruído para aplicar 20 jatos da solução saturada de cloreto de magnésio diariamente em qualquer região, associado a “escalda pés” com 100mL da solução saturada de cloreto de magnésio (“óleo” de magnésio) diluídos em volume de água tépida suficiente para cobrir os pés, duas vezes na semana. No final de 12 semanas de tratamento foi novamente conduzida uma análise mineral do cabelo.

Após o período de tratamento (12 semanas) 89% dos indivíduos tiveram os níveis celulares de magnésio elevados com um aumento médio evidenciado de 59,7%. Resultados equivalentes utilizando suplementação oral foram reportados somente após 9 a 24 meses. Todos os pacientes também mostraram uma melhora no balanço da proporção cálcio/magnésio onde a média de melhora observada no período do estudo foi 25,2%. Compreende-se que o cálcio e magnésio opõem-se um ao outro a nível celular e que o cálcio requer a presença de magnésio suficiente para ele se tornar solúvel no organismo. Portanto, baixa ingestão de magnésio irá produzir evidência de de alto armazenamento de cálcio fora do tecido ósseo, condição indesejável referida como calcificação.

Observações adicionais indicaram que 78% dos pacientes avaliados também mostraram evidência de detoxificação de metais pesados após o tratamento com “óleo de magnésio”, antagonizando e liberando minerais tóxicos, como alumínio, chumbo, cádmio, mercúrio entre outros.

Embora limitados pelo pequeno número de pacientes avaliados, os resultados desse estudo mostraram o potencial da administração transdérmica do cloreto de magnésio através da elevação significativa do nível intracelular de magnésio em pacientes com níveis variáveis desse elemento. Portanto a consideração do possível impacto dessa forma de administração de magnésio pode potencialmente trazer benefícios ao bem-estar e em vários aspectos da saúde em geral, incluindo para saúde cardiovascular e esquelética.

Efeito do cloreto de magnésio transdérmico na fibromialgia (ENGEN et al., 2015)

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada pela dor crônica, fadiga, depressão e distúrbios do sono. Sua causa primária não está esclarecida. Vários estudos têm reportado diminuição dos níveis intracelulares de magnésio em pacientes com fibromialgia e mostrado uma correlação negativa entre níveis de magnésio e os sintomas da fibromialgia.

Um estudo clínico recente conduzido por Engen e colaboradores teve como objetivo reunir dados preliminares sobre um possível impacto do magnésio transdérmico na melhora da qualidade de vida de mulheres com fibromialgia. Quarenta pacientes mulheres com diagnóstico de fibromialgia realizado na MayoClinicFibromyalgiaClinic foram selecionadas para o estudo. Cada paciente recebeu um frasco spray contendo uma solução transdérmica de cloreto de magnésio e orientada a aplicar 4 jatos por cada membro superior e inferior do corpo duas vezes ao dia durante 4 semanas.A avaliação do impacto no tratamento e na qualidade de vida (QOL) das pacientes com fibromialgia foi medida através do questionário FIQR (RevisedFibromyalgiaImpactQuestionnaire), SF-36v2 Health Survey(questionário de acompanhamento da saúde) e com o uso da escala visual análogaQOL (Quality of Life). As avaliações foram realizadas antes do início do tratamento, na semana 2 e na semana 4. As pacientes foram acompanhadas em uma clínica de fibromialgia em um centro médico (MayoClinicFibromyalgiaClinic).

Vinte e quatro pacientes completaram o estudo (Idade média: 57,2 ± 5,6 anos; 95% brancas; IMC médio 31,3Kg/m2). A taxa total de abandono do estudo foi de 40%, sendo 22,5% devido à irritação cutânea causada pela solução com cloreto de magnésio.

Os escores total e a subescala do questionário FIQR foram significativamente melhorados na semana 2 e semana 4 quando comparados com os escores iniciais (todos P<0,001). Significantes diferenças também foram observadas nos escores SF-36v2 para função física e outros aspectos físicos. Os pacientes também relataram redução da severidade das câimbras, dor articular e da dor muscular ao completar o estudo. O escore geral QOL (Qualidade de Vida) ou a média dos escores de 12 itens avaliados, teve significante melhoria na semana 2 e 4 quando comparadas à etapa inicial.

Uma vez que pacientes com fibromialgia frequentemente tomam vários medicamentos orais, acredita-se que a aplicação transdérmica pode ser melhor aceita por essa população de pacientes. A solução transdérmica de cloreto de magnésio é ideal para uso em aplicações transdérmicas por ser rapidamente absorvida através da pele, podendo aumentar rapidamente os níveis baixos ou depletados de magnésio do organismo.

Não foram relatados outros efeitos adversos conhecidos para a aplicação tópica de cloreto de magnésio além da possível irritação da pele. De fato, a frequência da irritação cutânea levando à descontinuação do tratamento com o cloreto de magnésio transdérmico foi alta nesse estudo (22,5%), contrariando o esperado. Banhos de sais de magnésio geralmente produzem efeitos favoráveis nas doenças dermatológicas através da melhora da função barreira da pele, redução da aspereza e da inflamação da pele atópica ressecada (PROKSCH et al., 2005). A irritação cutânea observada, embora indesejável, não anula os potenciais benefícios do cloreto de magnésio transdérmico e pode ser minimizada com rinsagem com água (sem uso de sabonete) ou passagem de lenço umedecido e hidratação na área de aplicação após 20 minutos do uso inicial do produto e/ou utilização de uma solução mais diluída de cloreto de magnésio.

Os resultados desse estudo piloto sugerem que o cloreto de magnésio transdérmico aplicado nos membros superiores e inferiores pode ser benéfico para pacientes com fibromialgia.

Efeito do cloreto de magnésio transdérmico sobre os níveis de dehidroepiandrosterona (DHEA)(SHEALY, 2008)

A dehidroepiandrosterona, também conhecida como prasterona ou pelo seu acrônimo DHEA (no Brasil, a importação e o comércio de DHEA é restringido pela ANVISA), é um cetoesteroide. Quantitativamente, configura-se um dos principais hormônios adrenocorticais presentes no metabolismo humano e de outros mamíferos.Esse esteroide androgênico endógeno tem mostrado envolvimento em uma miríade de atividades biológicas.

Na literatura médica há relatos favoráveis de diversos benefícios médicos obtidos pelos indivíduos através da elevação dos níveis de DHEA e do seu éster sulfatado (DHEA-S = sulfato de dehidroepiandrosterona). Estudos mostram uma relação inversa entre mortes por causas cardiovasculares e os níveis séricos de DHEA-S em homens adultos (BARRET-CONNER et al., 1986). Pesquisas também relataram redução de placas ateromatosas pelo DHEA (GORDON et al., 1988; ARAD et al., 1989). Preparações farmacêuticas orais de DHEA têm sido empregadas para prevenir a aterosclerose, redução da massa de gordura corporal, aumento da massa muscular, redução do colesterol LDL sem afetar os níveis do colesterol HDL e sem afetar a sensibilidade tecidual à insulina, melhora da resposta imunológica e da função psicossexual. Uma variedade de usos tem sido relatada para o DHEA, incluindo no tratamento da artrite reumatoide, osteoartrite, psoríase, lúpus e outras doenças autoimunes. A despeito da existência de algum grau de evidência, a segurança e eficácia da administração exógena do DHEA ainda não se encontra estabelecida. Estudos clínicos envolvendo o tratamento com administração exógena de DHEA, DHEA-S ou seus sais têm mostrado a ocorrência de efeitos adversos associados com esse hormônio (ex.hirsutismo, queda de cabelo, alterações da voz em mulheres, hepatite e outros) (HENDLER; RORVIK, 2008). Portanto, seria desejável a existência de outro método para aumentar os níveis sanguíneos de DHEA que evitasse a ocorrência dos efeitos adversos relacionados à terapia exógena de DHEA.

Os efeitos da aplicação tópica de uma loção com cloreto de magnésio (solução saturada de MgCl2) nos níveis sanguíneos humanos foram estudados por Shealy e descritos na patente dessa preparação (SHEALY, 2008). Esse estudo envolveu 20 indivíduos (17 mulheres e 3 homens), orientados a aplicar a loção duas vezes ao dia durante um mês. A quantidade diária total aplicada correspondeu à cerca de 10mL da loção. Os níveis séricos de DHEA-S e de magnésio foram medidos antes e depois do estudo em todos os indivíduos em um laboratório (Core EndocrineLab) na Universidade Estadual da Pensilvânia (Pennsylvania State University) nos EUA.

Dezessete dos vinte indivíduos tiveram um aumento do nível de DHEA-S após o estudo e oito dos vinte apresentaram aumento dos níveis sanguíneos de magnésio (ver tabela 1). O DHEA-S está presente no organismo em quantidades acima de 10 vezes da quantidade de DHEA livre. Os resultados desse estudo sugerem que a reserva de DHEA armazenada como sulfato é aumentada com o tratamento.

Tabela 1. Variação dos níveis séricos de Mg e DHEA-S com aplicação do cloreto de magnésio transdérmico antes e após 1 mês de tratamento (SHEALY, 2008)

Indivíduo nº. Gênero

Nível de Mg* (antes)

Nível de Mg* (depois)

Nível de DHEA-S** (antes)

Nível de DHEA-S** (depois)

1 F 29,8 31,4 1275,2 1531,8
2 F 30,1 32,6 2906,6 3486,7
3 M 33,6 36,9 1091,3 1205,2
4 F 31,4 30,0 1000,4 1229
5 M 31,9 32,2 3055,3 2888,5
6 F 28,2 32,4 1275,8 1527,7
7

F

31,7 37,5 784,3 908,5
8 F 32,4 34,4 2411,2 2164,1
9 F 35,6 35,7 1582,4 1187,3
10 F 33,4 34,4 1225,5 1347,6
11 F 32,7 34,7 530,0 867,0
12 F 31,0 35,1 1331 1640
13 F 32,7 36,3 1438 1540
14 F 29,9 38,1 1299 1450
15 F 30,6 32,5 877 1163
16 F 26,6 29,9 415 500
17 F 29,5 32,4 2234 2925
18 F 31,8 36,4 540 769
19 F 30,3 43,7 2129 2173
20 M 29,5 31,5 1232 1458

*Nível sérico de magnésio em mEq/litro (Valores normais: 33,9 - 41,9).
** Nível sérico de DHEA-S em ng/mL (Valores normais: homens (1500-5550); mulheres (1000-3600).

Conclusão

Os benefícios da suplementação oral de magnésio para saúde e para o tratamento de diversas condições clínicas estão extensivamente evidenciados. O potencial da via transdérmica como nova forma de administração efetiva de magnésio configura-se em uma alternativa promissorapara normalização dos níveis celulares desse mineral essencial.

Exemplos de formulações magistrais:

1. Óleo de Magnésio* em spray (Solução Saturada de Cloreto de Magnésio)

Solução saturada de Cloreto de magnésio (20 mg/jato) .............................140mL

* O “óleo de magnésio” não é de fato um óleo, mas sim uma solução de alta densidade e concentrada de cloreto de magnésio em água. O sensorial dessa solução mineral saturada por sua característica deslizante é descrito como similar a um óleo. Dessa forma a solução é vulgarmente designada como “óleo de magnésio”.

Indicações: Suplementação transdérmica de magnésio. Cada jato da solução contém cerca de 20 mg de Mg elementar (Mg).

Modo de usar:

Adultos: 20 jatos ao dia, distribuídos e massageados entre membros superiores e inferiores. Aplicar pela manhã ou pela noite.

Crianças: conforme procedimento anterior.

Recém-nascidos a 2 anos: 1 jato

Crianças de 2 até 4 anos: 3 jatos

Crianças de 4 até 8 anos: 5 jatos

Crianças de 8 até 12 anos: 10 jatos

Nota: Em caso de sensação de formigamento ou irritação, pode-se lavar o corpo no chuveiro após 20 minutos da aplicação sem o uso de sabonete ou esfregação. Lenço umedecido também pode ser empregado para retirada do produto. A solução também poderá ser diluída.

Escalda pés e banhos: usar 50mL da solução em 5 litros de água tépida e colocar em um recipiente para escalda pés ou uma bacia. Imergir os pés durante 20minutos. Para banhos, adicionar 100mL da solução saturada na banheira com água quente. Imergir o corpo e relaxar durante 20 minutos.

2. Cloreto de magnésio para Escalda pés

Envelopes com Cloreto de magnésio 150g

Mande 15 envelopes

Indicação: Escalda pés relaxante; adjuvante na suplementação transdérmica de magnésio.

Modo de usar: Diluir 150g do cloreto de magnésio em 5 litros de água quente ou morna e adicionar em um recipiente para escalda pés (ex. bacia). Imergir os pés na solução de forma a cobrir os pés, enquanto permanece sentado durante 20 minutos. Realizar este procedimento 2 vezes na semana, associado ao uso do óleo de magnésio em spray.

3. Cloreto de magnésio para Banhos de imersão

Envelopes com Cloreto de magnésio .......................................... 250g

Mande 15 envelopes

Indicação: Banho relaxante; adjuvante na suplementação transdérmica de magnésio.

Modo de usar: Diluir 250g/banho de cloreto de magnésio na água quente ou morna de uma banheira. Permanecer deitado e relaxado com o corpo imerso na solução durante 20 minutos. Realizar este procedimento 2 a 3 vezes na semana, associado ao uso do óleo de magnésio em spray.


Referências

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